A planta possui um excelente potencial de produtividade de óleo por hectare, é altamente competitiva em relação a outras culturas e o seu o cultivo sustentável pode desempenhar um papel vital na restauração de ecossistemas degradados e na promoção da biodiversidade.
A brasileira Macaúba foi eleita a matéria-prima que será transformada em combustível renovável de última geração. Este anúncio e uma intensa troca de experiências sobre a planta, riquíssima em óleo vegetal, será um dos principais tópicos de debates durante a COP28, em Dubai.
Cientificamente conhecida como Acrocomia aculeata, a Macaúba possui vida produtiva de até 40 anos, sendo uma planta adaptável que pode prosperar em várias condições climáticas, e com crescimento ótimo em climas tropicais, como o Cerrado Brasileiro. Ela é conhecida por sua tolerância a períodos de seca bem definidos e a variações consideráveis de temperatura. Com a adoção de boas praticas práticas de manejo agronômico podem recuperar áreas degradadas. Victor Rafael Barra, Head de Agronegócios para Combustíveis Renováveis da Acelen, empresa de energia que lidera o projeto de biocombustível com a Macaúba, explica que a palmeira é o que se chama de planta de alta performance – pode gerar sete vezes mais óleo por hectare/ano do que a soja, por exemplo. Esses óleos, extraídos da polpa dos frutos e da amêndoa da Macaúba, são totalmente adequados para ser utilizados na produção de biocombustíveis como o diesel verde (HVO – Hydrotreated Vegetable Oil) e o querosene sustentável de aviação (SAF – Sustainable Aviation Fuel) .
Universidades e Instituições de Pesquisa brasileiras de renome, como Embrapa, IAC – Instituto Agronômico de Campinas, UFV – Universidade Federal de Viçosa e Esalq/USP já reconhecem e ampliam as pesquisas sobre o potencial da Macaúba. No Brasil, é possível encontrá-la em populações naturais com extensões variáveis, especialmente nos cerrados de Minas Gerais, mas sua distribuição abrange muitos estados, incluindo Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Roraima, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia. O projeto prevê o plantio em área de 200 mil hectares de pastagens degradadas, o equivalente a 280 mil campos de futebol.
No campo da sustentabilidade, a Macaúba desempenha um papel fundamental na mitigação das mudanças climáticas devido ao seu notável potencial de fixação de carbono. A planta contribui para a captura e armazenamento de carbono da atmosfera, desempenhando um papel significativo na redução dos níveis globais de gases de efeito estufa.. Além de apoiar a conservação e recuperação do bioma por meio dos cultivos, a completa cadeia de produção dos biocombustíveis produzidos a partir da Macaúba contribuirá para a redução das emissões de CO2.
“O cultivo da Macaúba pela Acelen será conduzido de acordo com as melhores práticas agrícolas e ambientais, promovendo o máximo potencial produtivo da planta, utilizando ferramentas do agro 4.0 e 5.0, favorecendo a captura de carbono nas plantações e a redução das emissões de CO2, desde a semente até o combustível. O projeto, liderado pela equipe Agro da Acelen, é marcado por sua inovação, envolvendo destacados profissionais com experiência consolidada em projetos de cultivos energéticos de larga escala, que sabem utilizar a ciência em prol do desenvolvimento e inovação, com isso adotaremos protocolos pioneiros em conjunto com práticas agrícolas consolidadas”, afirma Victor Rafael Barra.
O projeto de biorrefino desempenhará um papel crucial na liderança do Brasil na transição energética. Com um investimento de R$ 12 bilhões nos próximos 10 anos, a Acelen implantará hubs de cultivos agroindustriais de Macaúba em 200 mil hectares. Estes hubs se concentrarão em áreas degradadas, visando a produção de óleos vegetais que se transformarão anualmente em 1 bilhão de litros de diesel renovável verde e querosene sustentável de aviação sustentável. O projeto promoverá uma nova cadeia de valor, criando 90 mil empregos diretos e indiretos, sendo 70% deles permanentes, e beneficiará milhares de agricultores familiares.