Capacidade da macaúba em ser Net Positive é evidenciada durante a COP28

Participaram do painel Peter Eisner, diretor-adjunto do instituto Fraunhofer, Bernardo Estepha, especialista em descarbonização e sustentabilidade da Acelen, Daniel Donne, diretor da Carbon Asset Solutions, e Gustavo Goretti, MAPA coordenador-geral da secretaria de desenvolvimento sustentável e irrigação.

 

Dubai, 09 de dezembro de 2023 – Hoje, em Dubai, um painel realizado pela Acelen e pelo Instituto Freunhofen detalhou todas as características que comprovam a capacidade da macaúba de ser net positive. Participaram do painel Peter Eisner, diretor-adjunto do instituto Fraunhofer, Bernardo Estepha, especialista em descarbonização e sustentabilidade da Acelen, Daniel Donne, diretor da Carbon Asset Solutions, e Gustavo Goretti, MAPA coordenador-geral da secretaria de desenvolvimento sustentável e irrigação.

Bernardo abriu o painel destacando que o Brasil tem um grande potencial de liderar a transição a energias verdes e apresentando o projeto da Acelen, que tem foco principal na produção de combustíveis renováveis, SAF (Combustível Sustentável de Aviação) e o Diesel Renovável, a partir da macaúba – planta nativa brasileira com alto potencial energético. Bernardo destacou que será possível reduzir as emissões de  carbono em até 80% e que o projeto é completo porque consegue prover os 4Fs: feed, food, fiber e fuel. “Vamos exportar biocombustível para os Estados Unidos e Europa. O Brasil vai descarbonizar o mundo ao mesmo tempo que se descarboniza”. Bernardo também enfatizou os aspectos sociais do projeto, que irá gerar 90 mil empregos, e ambientais, com a recuperação de terras degradadas e a baixa necessidade de água para o cultivo da macaúba.

Estepha explicou como o projeto Macaúba nasceu e que desde o princípio houve uma compreensão da importância de  “verticalizar” o projeto. Ele citou pesquisas que estimam que o mercado de crédito de carbono no Brasil representa uma oportunidade de US$80 bilhões. “O Brasil tem tudo para ser superavitário”, afirmou. Ecoando declarações dadas por Paul Polman, Estepha reforçou que a Macaúba é uma matéria-prima “net positive”, com impacto positivo por ser totalmente aproveitável.

Gustavo Goretti, representante do ministério da agricultura, focou na integração lavoura-pecuária-floresta e as maneiras de se resgatar solos degradados através da geração de renda para as famílias produtoras.  “A paisagem rural será recuperada com floresta e pastagem caminhando juntas”.

Daniel Donner do Canadá falou da economia de carbono e explicou  o sistema “MRV”, em que as emissões de carbono podem ser medidas e quantificadas, permitindo que se criem  referências justas e padronizadas. Donner elencou as metodologias necessárias para validar as medições de dióxido de carbono retido e emitido nas plantações e elogiou o horizonte de compromisso da Acelen, destacando que 20 anos é o mínimo para se construir um desempenho consequente de regeneração.

Por último, falou o professor Peter Eisner do Instituto Fraunhofer, que  explicou a versatilidade da Macaúba como matéria-prima que serve para diversas indústrias, não apenas produzindo energia, mas também alimentos e derivados como bio-plásticos. Eisner contextualizou citando o aumento da demanda mundial por óleo, mas que para atender essa demanda é necessário não desmatar, portanto a Macaúba é a solução ideal. “Esse é o futuro da agricultura”, afirmou com empolgação Dr.Eisner.

Dr.Eisner concluiu sublinhando que Macaúba é uma solução onde 3 pilares são respeitados: social, econômico e ambiental e que há muito espaço para a geração de valor porque a macaúba pode ser usada como combustível, ração, alimento e fibra, tornando-se algo raro: um produto de desperdício zero, que auxilia na agricultura regenerativa. Outros fatores que diferenciam a macaúba são o potencial de ser utilizada em terras degradadas, restaurando a saúde do solo e gerando sequestro de carbono, e seu cultivo em sistemas agroflorestais e silvipastoris, não competindo com a produção de alimentos.