Rumo à COP30, Brasil tem potencial de ser um dos protagonistas da transição energética

Marcelo Lyra, vice-presidente de Comunicação, Relações Institucionais e ESG da Acelen, mostra que o Brasil pode ser um ‘hub de economia verde’. Também participaram do painel André Valente, líder de sustentabilidade da Raízen, e Ligia Sato, gerente de Sustentabilidade da Latam.

 

Durante painel realizado no estande da CNI na terça-feira (5), na COP28, em Dubai, o vice-presidente de Comunicação, Relações Institucionais e ESG da Acelen, iniciou a apresentação com números de um estudo da McKinsey que mostram a dimensão monetária da liderança do Brasil na transição energética. De acordo com os dados, o Brasil tem oportunidades no setor de U$30 bi até 2040 em energias renováveis, U$60 bi em power based energy e U$ 35 bi em mercado de carbono. “Ao que tudo indica, o Brasil tem um potencial gigantesco de se transformar um ator muito relevante da transição energética”.

Em relação ao potencial monetário relacionado ao setor de combustíveis renováveis no Brasil, Lyra aponta que é de U$40 bi até 2040. “Estamos saindo da opção do petróleo para múltiplas alternativas. Além da motivação econômica, temos a emergência ambiental, a sobrevivência do planeta”.

Lyra destacou que a Acelen já anunciou  investimentos de mais de US$ 2,5 bilhões, com foco principal na produção de combustíveis renováveis, SAF (Combustível Sustentável de Aviação) e o Diesel Renovável.

Lyra explicou, ainda, que há um conjunto de alternativas potenciais de transição energética no país. “O Brasil pode fazer a mudança de 47% de energia elétrica, que pode englobar a energia solar e eólica, além da possibilidade de produzir um dos hidrogênios verdes mais baratos do mundo e do crescimento do setor sucroalcoleiro”.

André Valente, líder de sustentabilidade da Raízen, destaca que o Brasil tem atributos inigualáveis e está onde muitos países queriam estar em termos de matriz energética e elétrica renovável. “Temos acesso à terra, matéria-prima, processos eficientes, rastreabilidade, logística ativa e custo de produção acessivel”. Como exemplo, Valente citou o etanol de segunda geração. Sobre o papel do Brasil, ele explica que o Brasil é um green power que vai ajudar o mundo. “Temos o dever de fazer que isso seja um consenso global”.

Lígia Sato comentou que a Latam tem uma estratégia ESG alinhada aos objetivos da ONU  com três pilares: mudanças climáticas, economia circular e valor compartilhado. “A aviação é responsável por 2% das emissões de carbono. Estabelecemos o compromissos de sermos crescimentos neutro, reduzir e compensar 50% das emissões domésticas até 2030, ser netzero até 2050 e usar 5% de SAF até 2030 nas nossas operações”.